domingo, 27 de julho de 2008


NOTÍCIAS DOS MUNICÍPÍOS

Capela do século XVIII, de propriedade da Petrobras, é tombada pelo IPAC

 

A capela de Santo Antônio de Mataripe, construída em meados do século XVIII e localizada no município de São Francisco do Conde, na região do Recôncavo baiano, onde se deu assentamentos de importantes construções e engenhos de cana-de-açucar, desde o século XVI, está agora protegida, legalmente, pelo poder público estadual.

 

 

 

O Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), autarquia da secretaria estadual de Cultura, iniciou neste mês (julho, 2008) processo de tombamento do imóvel. A ação foi iniciada, em 1998, pelo órgão federal Iphan, mas, arquivada por seu conselho consultivo que alegou ausência de verba para continuidade.

 

 

 

Em junho deste ano (2008), dez anos depois, o Iphan solicitou que o Estado passasse a se responsabilizar pelo processo, o que fez com que a Gerência de Pesquisa e Legislação de Patrimônio Material e Imaterial do IPAC, retomasse as pesquisas. Já no último dia 8 deste mês (julho, 2008) o IPAC entregou a notificação de tombamento provisório ao Gerente Geral da Unidade de Negócio da Refinaria Landulpho Alves, unidade da Petrobras, localizada no distrito de Mataripe, e atual proprietária da capela.

 

 

 

História do Recôncavo baiano - De acordo com o diretor geral do IPAC, arquiteto Frederico Mendonça, a importância histórica e arquitetônica da capela é inquestionável. "A notificação de tombamento já garante a salvaguarda imediata desse imóvel", explica Mendonça. Embora a capela se encontre, hoje, em ruína eminente, o início de tombamento faz com que o imóvel passe a ser protegido pelas legislações estaduais e federais. "Apesar da devastação ocorrida os últimos anos, ainda restam elementos que não devem ser esquecidos", relata o diretor do IPAC.

 

 

 

Com 409 metros quadrados de área edificada, a capela  foi construída nas terras do antigo Engenho Mataripe, de propriedade original da família Moniz Barreto de Aragão e Meneses. O acesso ao monumento se faz através da estrada que liga as cidades de Candeias e Madre de Deus. Típica capela de engenho, construída em meados do século XVIII, em ponto mais elevado que a antiga casa-grande e fábrica, já desaparecidas, a construção tem, contudo, em sua planta-baixa, características das igrejas matrizes interioranas do final do século XVII. Em 1873, seu altar original, em estilo barroco, foi substituído por um neoclássico, ao gosto da época.

 

 

 

A capela tem dois andares, é feita de pedra e tijolos, com telhas de canal e piso em mármore branco e cinza. Nas lápides funerárias, de grande valor histórico, há nove enterramentos dos membros dos Monizes de Aragão, personagens da história do Recôncavo e da Bahia. Na fachada, encontram-se um frontão em espiral, uma porta em cantaria e cinco janelas de guilhotinas. No interior do imóvel, o destaque fica por conta das imagens de Nossa Senhora da Conceição, São José e Ascenção do Senhor, e o lavabo com o golfinho, datado de 1873. As torres são do final do século XIX, com terminação piramidal remetendo arquitetura gótica da Idade Média.

 

 

 

São Francisco do Conde – O município baiano de São Francisco do Conde detém cerca de 267 quilômetros quadrados e pertenceu à Salvador até 1697, quando foi emancipado tornando-se o 3º município brasileiro com maior PIB per Capita, graças à economia atual baseada na exploração e refino de petróleo. Limita-se com os municípios de Santo Amaro, São Sebastião do Passé, Candeias, Salvador e as águas da Baía de Todos os Santos. A ocupação da região data do século XVI.

 

 

Projetos garantem benefícios para comunidades no sul do estado

 

 

Cerca de 120 pessoas participaram, no município de Ubaíra, recôncavo sul do estado, da inauguração do viveiro florestal que vai produzir 100 mil mudas de espécies nativas e exóticas para atender ao Projeto de Recomposição das Matas Ciliares da Secretaria do Meio Ambiente (Sema). Objetivo de recompor 70 hectares de mata ciliar na sub-bacia do rio Brejões, além da recuperação de seis nascentes dos riachos que abastecem as comunidades de Lagoa do Boi e Jenipapo.

 

De acordo com a coordenadora da Rede de Desenvolvimento Social (Redes), Marialva Galvão, a implantação do viveiro é a realização de um sonho, que vai melhorar a vida das famílias da zona rural de Ubaíra. "Com a recuperação da mata ciliar, na bacia do Rio Brejões, as comunidades terão ao seu alcance uma água de qualidade para beber e utilizar nas plantações", afirmou.

 

Já para o representante do Ministério Público, Isaias Carneiro, o viveiro vai contribuir para a revitalização e preservação do bioma Mata Atlântica. "Não podemos deixar que as áreas verdes sejam extintas em nosso município, é preciso que a população levante a bandeira da conscientização ambiental", enfatizou.

 

Na oportunidade, foi lançado o projeto "Nosso Vale tem Aroeira que alimentam os sabiás", que pretende fomentar o plantio da Aroeira (Schinus terebinthifolius), o manejo e comercialização das sementes, gerando emprego e renda para a região. A previsão é que sejam comercializadas ainda este ano, oito toneladas de sementes, gerando uma renda entre 25 e 30 mil reais para os produtores rurais.

 

"Antes o plantio e a comercialização das sementes eram feitas de forma desorganizada, a partir de agora teremos maior controle na utilização", afirmou Marcos Ferreira, superintendente de Políticas Florestais, Conservação e Biodiversidade (SFC).

 

Os projetos beneficiarão mais de três mil pessoas das comunidades de Lagoa do Boi, Jenipapo, Sapucaia, Cachoeiro, Comum da Carlota, Volta do Rio, Oitis, Palmeiras e Palmeirinha.

 

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