quinta-feira, 3 de julho de 2008


ARTE´E IDÉIAS

 

 Filmes sobre a Revolução dos Cravos na Walter da Silveira e Alexandre Robatto

 

Em 25 de abril de 1974, um levante militar derrubou, num só dia, o regime político que vigorava em Portugal desde 1926, sem grande resistência das forças leais ao governo que cederam perante o amplo apoio popular aos militares. Mais conhecido como a Revolução dos Cravos, esse episódio histórico é o mote da programação especial que as Salas Alexandre Robatto e Walter da Silveira realizam de 25 de abril a 1º de maio, sempre com entrada franca.

 

Por intermédio do Consulado Geral de Portugal em Salvador e do Instituto Camões, o público local terá a oportunidade de conhecer documentários raros que registraram não só o movimento revolucionário em si, como seus desdobramentos.

 

No programa, destacam-se o monumental trabalho de Rui Simões, "Bom Povo Português"(1980), que será exibido na Sala Walter da Silveira.

 

Contexto histórico – O atraso do sistema político e social vigente, o isolamento internacional a que o país estava votado e o desgaste com a guerra colonial, estão na origem do descontentamento no interior das Forças Armadas, que resultou na revolução dos cravos. Conduzida pelos oficiais intermediários da hierarquia militar (o MFA), na sua maior parte capitães, que tinham participado na Guerra Colonial, o movimento legalizou os partidos políticos, inclusive o comunista, e extinguiu a Pide, polícia política do salazarismo. Um período de grande agitação revolucionária se seguiu: António Spínola fracassa em sua tentativa de controlar a força política e militar da esquerda e renuncia em setembro de 1974; o governo passa a ser dominado pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), fortemente influenciado pelo Partido Comunista. Angola, Moçambique, Cabo Verde e Guiné-Bissau obtêm a independência.

 

Em março de 1975, após uma fracassada tentativa de golpe de Spínola, o governo passa a ser dominado por um triunvirato formado pelos generais Costa Gomes, Otelo Saraiva de Carvalho e Vasco Gonçalves. Tem início uma política de estatização de indústrias e bancos, seguida por ocupações de terras. O moderado Partido Socialista, de Mário Soares, vence as eleições para a Assembléia Constituinte em abril de 1975. Em novembro do mesmo ano, o fracasso de uma tentativa de golpe de oficiais de extrema esquerda põe fim ao período revolucionário. Apesar disso, a Constituição de 1976, ainda influenciada pelo MFA, proclama a irreversibilidade das nacionalizações e da reforma agrária.

 

Considera-se, em termos gerais, que esta revolução devolveu a liberdade ao povo português (denominando-se como "dia da Liberdade" ao feriado instituído em Portugal para comemorar a revolução).

 

Serviço

 

Mostra "As Armas! Memórias da Revolução dos Cravos", de 25 de abril a 1º de maio, nas Salas Alexandre Robatto e Walter da Silveira. Apoio: Consulado Geral de Portugal em Salvador e Instituto Camões. Entrada franca.

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